Redes Sociais

Siga o projeto

Arquivos do blog

Perfil

Baixada Santista 2021
Ver meu perfil completo

Seguidores

Tecnologia do Blogger.
sexta-feira, 27 de maio de 2011

Uma dose extra de reforço escolar

A formação técnica aliada ao complemento curricular é o desafio imediato dos estabelecimentos de ensino da região. As instituições de ensino da rede pública e privada que vão preparar a juventude da região para atuar no mercado de petróleo e gás e na cadeia de negócios precisam reforçar os conhecimentos gerais do alunado das escolas públicas provenientes do processo de municipalização. As avaliações da qualidade de ensino feitas anualmente pelo Poder Público apontam índices insatisfatórios, com alunos despreparados para ler e compreender um texto ou para fazer um simples raciocínio lógico nas ciências exatas. O problema maior reside no ensino médio, quando o aluno está prestes aingressar no mercado de trabalho, no ensino técnico ou na graduação.



Muitos reconhecem suas deficiências, tanto é que a pesquisa do IPAT sobre mercado de trabalho atestou essa realidade em duas situações:39,8% dos entrevistados disseram que a principal dificuldade para conseguir um emprego é a falta de qualificaçãoprofissional;51,3% nãos e consideram preparados para ingressar no mercado de petróleo e gás e 69,1% sentem-se despreparados para disputar a vaga de emprego neste segmento.

MUNICIPALIZAÇÃO
A opção do Governo Federal, em 1996, de criar o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef, hoje Fundeb), garantiu uma remuneração mínima por aluno no Ensino Fundamental (atualmente, com o Fundeb engloba da creche ao Ensino Médio) e provocou uma correria na ampliação de matrículas por parte das autoridades municipais. Isso porque os municípios colocam receitas de impostos nesse fundo e a única maneira de reaver o valor é provando o número de alunos matriculados. Nesse período, centenas de municípios brasileiros promoveram concursos públicos para admissão de professores, porém uma série deles despreparados para o exercício da profissão.


A Baixada Santista é exemplo da expansão da rede pública municipal. Em 2001, início do Fundef, os nove municípios somavam 114.209 alunos, ou 54,43% das matrículas no Ensino Fundamental, enquanto na rede estadual eram 95.617,ou 45,57% dos alunos. Dez anos depois, em 2010, a balança pesou ainda mais em favor dos municípios, que totalizaram 144.174, ou 69,83% das matrículas ­ um incremento de 29.965 alunos ­ e o Estado apenas com 62.286, ou 30,17% do total. Na última década, o Estado perdeu para o município 33.331alunos. No decorrer da última década, além da corrida pela contratação de professores, de modo geral, as salas da rede municipal ficaram mais cheias que as da rede estadual, portanto, com uma dificuldade ainda maior para os professores de lecionar. Mas é claro que não se pode culpar, isoladamente, os professores pelo fracasso escolar.

Estudiosos no assunto apontam uma série de fatores, entre eles, a baixa remuneração, a orientação das famílias, o descompasso entre os recursos utilizados na sala de aula e a alta tecnologia disponível. O fato é que a situação ocorre e Poder Público e educadores de modo geral precisam ficar atentos e buscar formas de recuperar essa geração, pois o mercado, cada vez mais profissional, não tem tempo para esperar, nem ensinar o que deveria ter sido aprendido nos bancos escolares. O economista José Roberto dos Santos, que coordenou a Comissão de Petróleo e Gás do Governo de SP até o fim do ano passado, é categórico ao dizer que quem não souber falar inglês está fora do mercado de petróleo e gás. Seja neste setor ou nos promissores, como a cadeia de prestação de serviços, hotelaria, gastronomia, enfim, o mercado é competitivo e a tendência é que fique ainda mais. Portanto, o desafio é ser cada vez mais qualificado.

VERÔNICA MENDRONA
COLABORADORA

0 comentários:

Share

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...